“Qualquer
relacionamento entre duas pessoas se torna uma criação quando o contato entre
elas tem a fluência e a sensação de transformar recíproco” Joseph Zinker
O contato entre as pessoas é algo
pelo qual eu estou sempre interessada, prestando atenção, observando. Um fato
bastante relevante que tenho estudado é o contato entre o surdo e o ouvinte no
ambiente de trabalho. Como esse encontro é estabelecido e em quais
circunstâncias? É uma questão que gostaria de compartilhar.
É comum ouvirmos dos surdos que
eles não conseguem se relacionar com os outros funcionários, que são colocados
de lado e algumas vezes até descriminados. Fiquei intrigada, problemas de
relacionamento existem em todas as relações, mas muito se tem feito para
melhorar as relações nas empresas.
E entre o surdo e o ouvinte, o
que pode ser feito?
O ouvinte, ao entrar na empresa,
vem com expectativas sobre o seu trabalho e os colegas que irá encontrar e que são
colocadas em confronto com a entrada do surdo (Goffman, in Viana). Muitos nunca
tiveram contato com uma pessoa surda e não sabem que os surdos são tão capazes
quanto elas em suas capacidades laborais e pessoais. O que sabem é que ela
entrou na empresa por conta das cotas para deficientes.
Acredito que as instituições precisam
preparar seus funcionários, apresentando o conceito de pessoas surdas no que se
refere a sua diferença linguística e não como portadora de uma deficiência. Ao apresentar
a surdez para os colegas, tira-se deles os pré-conceitos existentes,
possibilitando que o surdo seja recebido como um sujeito igual permitindo um
contato autêntico entre eles.
A comunicação é a melhor forma para
a integração. No caso entre o surdo e o ouvinte eles possuem uma língua diferente
e é esta barreira que precisa ser quebrada. Se o surdo for bem recebido por
seus colegas, de uma maneira igualitária, ele se sentirá mais seguro, mais
confiante para o seu novo desafio e capaz de estabelecer uma relação verdadeira
e ultrapassar as questões da língua.
O surdo também precisa se prepara
para sua entrada na empresa e penso que conhecer o português é muito
importante, assim como apresentar a Libras para os ouvintes proporcionará uma
maior interação.
Acho importante destacar, assim
como Marconcin (2013), que se deve tomar
cuidado para que não ocorra o assistencialismo, para não difundir a ideia de
que “o surdo é incapacitado e que precise de algum tipo de privilégio ou
concessão subestimando sua capacidade intelectual, criativa e produtiva”.
A preparação do ouvinte para
receber o surdo possibilita uma relação mais harmônica. São dois sujeitos
diferentes que estão se conhecendo, percebendo e identificando as diferenças e
igualdades do outro para então conviverem como duas pessoas convivem, com suas
semelhanças e diferenças.
Referencias:
·
Marconcin, L. et Al. O olhar do surdo:
traduzindo as barreiras no ensino superior. Ensaios Pedagógicos. Revista
Eletrônica do Curso de Pedagogia das Faculdades OPET – junho de 2013. ISSN
2175-1773 - http://www.opet.com.br/faculdade/revista-pedagogia/pdf/n5/ARTIGO-PRISCILA.pdf
visto em 28/08/2014.
·
Viana, A. S. A inserção dos surdos no Mercado de
trabalho: políticas públicas, práticas organizacionais e realidades subjetivas.
Trabalho de Mestrado. Universidade do Grande Rio, 2010 - http://www2.unigranrio.br/pos/stricto/mest-adm/pdf/dissertacoes/dissertacao-alvanei-dos-santos-viana.pdf
visto em 28/08/2014.
Boa tarde! Eu sou Daniel e sou surdo de nascência, tenho muita dificuldade na língua portuguesa. Isso é muito importante para nós. A interação é importante também compartilhar, e nós surdos temos uma dificuldade na língua portuguesa e por isso as vezes fico confuso. Mais mesmo assim, sou uma pessoas dedicado e tento o mais máximo de compreender. Como surdo entendo na libras, e acho muito importante que essa informação seja passada para os ouvintes possa entender e ter acesso conosco na nossa comunidade surda. Isso é importante para toda família possa encontra essa dúvida de pessoas que tem a surdez, é essencial para as pessoas tem acesso a libras.
ResponderExcluir